Justa Causa: Quando Pode Ser Aplicada e Quais os Direitos do Trabalhador

A justa causa é a penalidade mais severa que o empregador pode aplicar ao empregado, resultando na rescisão do contrato de trabalho sem que o trabalhador receba a maior parte das verbas rescisórias. Prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a justa causa deve ser aplicada apenas em situações específicas e devidamente comprovadas.

O que caracteriza a justa causa?

A justa causa ocorre quando o empregado comete uma falta grave que inviabiliza a continuidade da relação de trabalho. Exemplos previstos na CLT incluem:

  • Insubordinação ou indisciplina.
  • Abandono de emprego.
  • Ato de improbidade (como furto ou fraude).
  • Embriaguez habitual ou em serviço.
  • Agressões físicas ou verbais contra colegas ou superiores.
  • Violação de segredo da empresa.

Direitos do trabalhador em caso de justa causa

Quando a rescisão ocorre por justa causa, o trabalhador tem direito apenas a:

  • Saldo de salário dos dias já trabalhados;
  • Férias vencidas, se houver, acrescidas de 1/3 constitucional.

Ou seja, o empregado perde o direito ao saque do FGTS, multa rescisória, aviso prévio, 13º proporcional, férias proporcionais e seguro-desemprego.

Exigências para aplicação

  • A falta deve ser comprovada e devidamente documentada.
  • A punição deve ser proporcional à gravidade do ato.
  • A empresa não pode aplicar dupla penalidade pelo mesmo fato.

Possibilidade de reversão

O trabalhador pode contestar a justa causa judicialmente. Caso não haja provas suficientes ou a empresa não siga os critérios legais, a decisão pode ser revertida e o empregado terá direito a todas as verbas de uma rescisão sem justa causa.

Conclusão

A justa causa deve ser aplicada com cautela, pois impacta diretamente a vida do trabalhador. Conhecer as regras é essencial para evitar abusos e garantir que os direitos previstos na CLT sejam respeitados.

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