Alienação Parental: Quando um dos Pais Afasta o Filho do Outro e as Consequências Legais
O que é alienação parental (em linguagem simples)
É quando um adulto significativo (geralmente pai, mãe ou responsável) coloca a criança contra o outro. Exemplos comuns: proibir ou dificultar contatos, inventar mentiras sobre o outro genitor, desqualificar sua imagem na frente do filho, omitir recados importantes, impedir chamadas de vídeo, ou marcar atividades propositais nos dias de convivência com o outro.
A legislação brasileira reconhece o problema e autoriza o juiz a adotar medidas imediatas para proteger a criança e restabelecer o convívio saudável, sempre com foco no melhor interesse do menor.
Alienação Parental: Quando um dos Pais Afasta o Filho do Outro e as Consequências Legais

Sinais de alerta no comportamento da criança
- Rejeição repentina ao outro genitor sem motivo concreto.
- Repetição de frases “adultas”, como se fossem palavras colocadas na sua boca.
- Medo injustificado de encontros ou pernoites.
- Relatos de que “o outro não quer ver você”, quando na verdade houve bloqueio do contato.
- Dificuldade de manter rotina de visitas e chamadas, sempre com “imprevistos”.
Exemplos práticos de alienação parental
- Dificultar visitas e chamadas: não atender ligações, “esquecer” de entregar o celular, marcar atividades no mesmo horário da convivência.
- Desqualificar o outro genitor: comentários depreciativos constantes, expor discussões de adultos para a criança, inventar histórias para gerar medo.
- Omissão de informações relevantes: não comunicar consultas médicas, reuniões escolares, eventos importantes.
- Interferir na escola: orientar a criança a evitar o contato do outro com professores e colegas.
Como o juiz avalia a situação
Os processos costumam incluir oitiva de testemunhas, análise de conversas e registros, e, quando necessário, avaliação psicossocial (entrevista com a criança, responsáveis e profissionais). O objetivo é identificar se existe manipulação, grau de dano e o que precisa ser feito para proteger o vínculo.
Medidas possíveis em caso de alienação
- Advertência ao responsável que pratica a alienação.
- Ampliação de convivência com o genitor prejudicado, inclusive supervisão quando preciso.
- Multa pelo descumprimento de regras de visita/contato.
- Inversão ou modificação de guarda quando a prática é grave e persistente.
- Acompanhamento psicológico para criança e família, com foco na restauração do vínculo.
- Fixação detalhada de calendário de visitas (feriados, férias, datas especiais) para reduzir conflitos.
Guarda, convivência e o melhor interesse da criança
A regra no Brasil é priorizar a guarda compartilhada, sempre que viável, por favorecer a corresponsabilidade e reduzir disputas. Em cenários de conflito, o juiz pode ajustar a guarda e o regime de convivência para proteger o menor. Para entender como a guarda funciona, veja nosso conteúdo sobre guarda dos filhos (compartilhada e unilateral).
Como agir se você suspeita de alienação
- Registre evidências: salve mensagens, e-mails, prints, recados da escola e anote situações recorrentes.
- Procure diálogo e tente acordos práticos (horários, alternância de datas, chamadas por vídeo).
- Busque orientação jurídica para entender as medidas cabíveis no seu caso concreto.
- Peça avaliação psicossocial quando a situação estiver afetando o bem-estar da criança.
Diferença entre conflito parental e alienação
É normal existir conflito após o fim do relacionamento. A alienação parental vai além disso: é uma prática sistemática de afastar a criança do outro, sem motivo legítimo. Quando há risco real (ex.: violência), as medidas são de proteção, não de alienação. Por isso é essencial avaliar cada caso com cuidado e, se preciso, envolver profissionais da área psicossocial.
Impactos emocionais e por que agir cedo
A criança pode desenvolver culpa, ansiedade, baixa autoestima e dificuldade de confiar em vínculos. Na fase adulta, é comum carregar marcas desse afastamento. Quanto antes a família busca ajuda, maiores as chances de restaurar a convivência saudável.
Relação com outros temas de família
A alienação parental se conecta diretamente a temas como guarda, pensão alimentícia, divórcio e partilha de bens. Em qualquer disputa, o foco deve permanecer no melhor interesse da criança, com comunicação respeitosa entre os adultos e cumprimento de decisões judiciais.
Boas práticas para prevenir conflitos
- Calendário claro de convivência (datas, horários, feriados e férias).
- Comunicação objetiva (preferir mensagens escritas e educadas; evitar provocações).
- Respeito à rotina da criança (escola, saúde, lazer e relações afetivas).
- Não expor conflitos de adultos na frente do menor ou nas redes sociais.
- Registrar acordos por escrito e atualizá-los quando necessário.
Perguntas rápidas (FAQ)
1) Precisa de prova “perfeita”? Não. O juiz analisa o conjunto de indícios, depoimentos e avaliações técnicas.
2) Pode mudar a guarda por alienação? Sim, quando a prática é grave e persistente, afetando o bem-estar da criança.
3) E se houver denúncia falsa? Acusações infundadas para afastar o outro genitor também configuram conduta grave e podem ser punidas.
Conclusão
A alienação parental fere diretamente o direito da criança à convivência familiar e afeta seu desenvolvimento. O caminho mais seguro é agir cedo, buscar orientação jurídica e, quando necessário, apoio psicológico. Com medidas adequadas — diálogo, regras claras, acompanhamento profissional e intervenção judicial — é possível restabelecer vínculos e proteger o melhor interesse do menor.
Perguntas Frequentes sobre Alienação Parental
O que caracteriza a alienação parental?
A alienação parental é caracterizada por atos de um dos pais ou responsáveis que dificultam ou impedem a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor. Isso pode acontecer por meio de manipulação psicológica, falsas acusações, desqualificação constante ou omissão de informações importantes sobre a vida do filho.
Quais são exemplos práticos de alienação parental?
- Falar mal do outro genitor na presença da criança.
- Inventar situações de risco inexistentes para afastar o filho.
- Ocultar boletins escolares, informações médicas ou eventos importantes.
- Controlar excessivamente ou dificultar visitas e ligações.
- Colocar o filho em situação de escolher entre pai e mãe.
Qual é a lei que trata da alienação parental?
No Brasil, a Lei nº 12.318/2010 é a principal norma que regula a alienação parental, estabelecendo definições, procedimentos e medidas judiciais para combater essa prática.
Quais são as consequências jurídicas para quem pratica alienação parental?
As consequências podem incluir advertência, aplicação de multa, inversão ou modificação da guarda, suspensão da autoridade parental e até a perda da guarda em casos mais graves. O juiz pode também determinar acompanhamento psicológico para pais e filhos.
Como a Justiça comprova a alienação parental?
A comprovação pode ser feita por meio de laudos psicológicos, relatórios sociais, depoimentos de testemunhas e registros de comportamento da criança. A própria resistência do menor ao convívio, quando não justificada por fatos concretos, pode indicar indícios de alienação.
Alienação parental é considerada crime?
A alienação parental, por si só, não está tipificada como crime no Código Penal. Porém, em situações extremas, pode configurar crimes como calúnia, difamação, denunciação caluniosa e até maus-tratos psicológicos, passíveis de responsabilização criminal.
Como o outro genitor pode agir em casos de alienação parental?
O genitor prejudicado deve reunir provas (mensagens, gravações, testemunhas) e procurar um advogado ou a Defensoria Pública para ingressar com ação judicial. O juiz poderá determinar medidas urgentes para restabelecer o convívio familiar saudável.
Quais são os impactos da alienação parental na criança?
A criança pode desenvolver transtornos emocionais, sentimentos de culpa, baixa autoestima, dificuldades de relacionamento, depressão e até rejeição permanente de um dos genitores. Por isso, a alienação é considerada uma forma de violência psicológica.
Existe diferença entre alienação parental e conflito familiar?
Sim. O conflito familiar pode ocorrer naturalmente em separações, mas a alienação parental é caracterizada pela intencionalidade de afastar o filho do outro genitor, manipulando sua percepção e prejudicando o vínculo afetivo.
O juiz pode inverter a guarda em casos de alienação parental?
Sim. Em situações graves, o juiz pode determinar a guarda unilateral para o genitor que não pratica a alienação, garantindo assim a preservação do melhor interesse da criança.
Como prevenir a alienação parental?
A prevenção envolve diálogo, cooperação e respeito entre os pais, mesmo após a separação. A transparência nas informações sobre saúde, escola e vida cotidiana do filho é essencial para evitar conflitos e fortalecer os vínculos familiares.
Passo a Passo Prático para Enfrentar a Alienação Parental
- ✔️ Observe os sinais de que a criança está sendo influenciada contra você, como rejeição repentina e sem motivo real.
- ✔️ Guarde provas, como mensagens, áudios, e-mails ou testemunhos de terceiros que possam confirmar atitudes de alienação.
- ✔️ Mantenha sempre uma postura equilibrada e evite revidar com ofensas, para não prejudicar sua posição em eventual processo judicial.
- ✔️ Procure dialogar com o outro genitor de forma respeitosa, registrando conversas quando possível para fins de comprovação.
- ✔️ Caso o diálogo não seja viável, busque ajuda de um advogado ou da Defensoria Pública para ingressar com ação judicial.
- ✔️ Solicite ao juiz medidas de urgência para restabelecer o convívio saudável com o filho.
- ✔️ Se necessário, peça acompanhamento psicológico ou mediação familiar para minimizar os impactos emocionais na criança.
- ✔️ Sempre coloque em primeiro lugar o melhor interesse do filho, demonstrando disposição para preservar a convivência equilibrada.
